revelado
revelar o avesso de mim
o começo, o fim, tudo no mesmo corpo
vibração de opostos
tudo no mesmo espaço
dois olhares, duas faces
a unidade: dois
o gozo dos antônimos
única e essencial palavra,
pura, eleva-se numa gota salgada
face dupla, cara e coroa
tudo no mesmo esperma
no mesmo germe
comunhão no ventre da alma
tudo no mesmo lugar ao mesmo tempo
agora
o outro de mim revela meu início
a estrada e o fim
tudo no mesmo poema
linguagem sagrada,
o que sempre soube
e já amava sem perceber
tudo no mesmo silêncio
solidão de quem sabe das próprias contradições
(em parceria atemporal com ana paula cordeiro)
Lembro sim deste poema… observação …a parceria é atemporal ….