motivo do blog

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o motivo deste blog caleidoscópio: esculpido em carrara é – primeiro – uma homenagem àqueles que dizem uma coisa mas as pessoas entendem outra. não sou ferrenho torcedor do correto e político. também não defendo o erro. defendo que se saiba a origem das coisas. para que o uso delas seja mais qualificado. se preferem dizer cuspido e escarrado, por mim tanto faz. mas a expressão original é outra. o mesmo vale para “versões” de fatos. existe o fato, existem as versões. do fato propriamente dito, poucos ou ninguém conhece. daí nos valemos das chamadas “provas”, “testemunhas” etc. do bom jornalismo. mesmo assim, não acredite em tudo o que lê e ouve. nem eu acredito em mim. mas este blog também é uma homenagem ao meu jeito de refletir, sempre em diversos assuntos, temas e cores, como o caleidoscópio: mexeu, mudam as cores. pra ficar claro: caleidoscópio é o nome do blog porque eu quero dizer que meu blog tratará de diversos assuntos, não só daqueles de meu gosto pessoal, até porque o meu gosto pessoal é variado, então… não tem regras. só bom senso. eu não entendo de tudo. por isso que muitas vezes minha reflexão será mais um desabafo ou tirada de dúvida do que uma análise. acredito que perguntar ofende, mas acima de tudo, faz pensar. e é isso o que quero: pensar.
aproveitando a deixa, meu poeta preferido – fernando pessoa – no heterônimo de alberto caeiro:

Há Metafísica Bastante em Não Pensar em Nada

O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.

Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?

Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).

O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol 

(…)

O único sentido íntimo das cousas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!

(…)

Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.

Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar; 

(…)
E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?).
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.

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