imitando fernando pessoa
eu não sei falar sobre essas coisas.
talvez porque nunca tenha falado.
nós somos previsíveis. e vivendo em sociedade, mais ainda. e vivendo nessa nova era tecnológica e conectada, somos absolutamente previsíveis. previsibilidade pressupõe controle. se eu sei o que provavelmente alguém fará, eu posso manipular esses passos, retardá-los, acelerá-los. talvez impedi-los.
eu não sou luther king, mas tenho um sonho.
penso, realmente, viver nesse sonho.
explico melhor.
eu tenho um sonho, no sentido de tenho um desejo. meu desejo é acordar. porque eu acho que vivo um sonho.
em meu sonho, há regras. não posso quebrá-las, mesmo sendo o arquiteto deste ‘universonho’. talvez eu não queira quebrar essas regras… quem sabe poder voar? talvez eu tenha medo: se quebrar as regras, vou provar a mim mesmo que esta vida é realmente um sonho. e não quero fazer isso, porque gosto desta vida.
poderia ser isso.
a explicação mais simples é que estou louco. ou fumei, cheirei, bebi. ou: sou louco mesmo.
a loucura é acreditar no impossível? é acreditar no improvável?
os ousados, impetuosos creem no improvável.
os loucos não acreditam no impossível, mas os que têm fé acreditam no impossível.
os loucos simplesmente acreditam no que sentem.
eu não quero acordar deste sonho, porque nele, eu me apaixono por você. nele, temos filhos. vejo no rosto de meus filhos nossa herança de poesia, amor e loucura.
desse amor sublime, vejo a loucura nossa de cada dia, um passo futuro, nossa mais profunda alegria
mas e se eu acordar, e puder fazer tudo exatamente do jeito que sonhei?
prefiro ser imprevisível
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