endoidecer
hoje o sol morreu na palma da mão
morreu assim que anoiteceu.
escureceu-se o tempo e a esperança
e o sol se pôs no coração de quem descansa.
além de mim, de nós,
a solidão pragueja e alcança
atordoada vive
e vivo eu atordoado
além da luz nos olhos
além da cruz na testa
os pensamentos trôpegos vão em vãos
em túneis, labirintos
na contramão única da existência
revolução
o sol se põe
a noite escurece
mas raios de fogo atingem ainda o coração
a alma desce
ninguém se opõe
o sol se espreguiça na rede
a lua se pendura na varanda do céu
a luz de prata acalenta a solidão
o sorriso teima em sorrir
e ninguém se importa
atras da porta
julga,
nada é importante.
na rede cutuca.
junto a televisão
compartilhando a social solidão
a vida segue adiante