a sabedora sui generis

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Sobre tudo e sob todos quer saber 
e quer uma resposta quando não existe nem uma pergunta 
e sobretudo vem dizendo a cada instante um novo modo de olhar 
inventa um novo jeito de pensar 
e fala um pensamento novo numa fala muito sua muito nova nesse modo estranho de inventar 
e quer uma pergunta sendo que a resposta – nela – embutida está 
Quer saber o tempo todo sobre tudo e sobretudo sob todos os ouvidos surdos da multidão 
Agora quer saber se deveria ter uma razão pra tudo
mas isso não 
e quem sabe então se possa ver o sonho com a carne e o coração 
Mas ela não se cansa e reprisa toda cena até o fim até sair em conta-gotas toda fúria de seus sobretudos 
e sobretudo quer saber 
quer saber demais 
ela quer saber 
No peitoril da janela – ela – avisa: 
meninada, eu tô aqui né p’a tapá buraco, não, 
ou me dizem se vim do mesmo saco ou se costurei boca de tapado, ela disse Ela disse e quer saber 
Inventa um novo jeito de inventar um jeito novo de saber um novo 
Inventar um saber novo de novo de inventar 
e não parar de saber de querer 
de querer saber sobre tudo e sobre todos quer saber 
e quer um meio quer um fim 
mas ela nem sabe começar 
quem tem coragem de tentar amá-la assim?

  

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