edição de imagens
antes do frio, uma gota gelada de realidade cai na testa do imbecil adormecido
abre os olhos
vê tudo em alta resolução, velocidade 350, pessoas viram manchas rápidas
riscos que se cruzam em pinceladas vorazes na tela da cidade cinza
fecha os olhos
ouve o rugido das pisadas, murmúrios e sussurros da cidade grande
gritos surdos em sonatas públicas, em praças privadas e calçadas estreitas
abre a boca
fala que o mundo é redondo, mas as pessoas preferem quadrados e retângulos
não entende a geometria do movimento aleatório da humanidade
fecha a boca
destempera o som de sua própria voz, veículo inútil de comunicação
dedos e teclados falam mais e melhor do que a boca, a língua e a garganta
respira fundo
seu sonho é encontrar o botão do rewind e do forward nas pessoas
seria a renovação dos marionetes… basta usar um controle remoto
e depois do frio, uma gota quente de suor escorre em direção a boca do idiota acordado
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