r e t a l h o s d o l a r
(extraído do meu conto DESLEMBRANÇAS)
encontrar as palavras embaixo do sofá
atrás dos retratos
subindo as escadas
ou no travesseiro jogado
Perder a noção dentro do computador
fora da geladeira – entre a penteadeira e o olhar da cômoda
Contar a história do liquidificador
da poltrona do som do nosso amor
da nossa dor se esvaindo lentamente pelo ralo da pia da cozinha
ou a saudade sozinha e sorridente
Uma ex-paixão
calada e vizinha ao lado pedindo um pouco de açúcar ou ternura um fado
Dentro do armário me escondi
e nas gavetas me fechei solitário de mim
otário solista da melodia da amargura
amar o que não dura porque não tem estrutura:
desaba e permanece no chão
paixão que logo se esquece e acaba
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