P A R A L I S I A

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era um corpo estendido no chão
entre a calçada e a rua
era um corpo tremendo no chão
olhavam-passavam
paravam? não
Era uma boca espumando no chão
Epilepsia
Todo dia um sorriso em vão
Quem diria
Era a verdade estampada nas esquinas ou não
entre a lua e o prédio
na chuva no latido do cão – quem seria
Era meu rosto tremendo em choque
era a moça dos olhos castanhos
(cheia de não-me-toques)
era um homem novo de velho de novo
Sozinho (na companhia de olhos dos outros)
dos olhos veem sua própria fantasia
mas ninguém-ninguém parava (e sorria)
Era pobre esse corpo no chão
Era sujo de vida e era velho capacho nas vias da vida
Era lixo estendido no chão… e quase morria
O que pensavam os olhos-passantes?
Corriam… os olhos corriam
((de ligia kamada e fábio de amorim))

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